terça-feira, 8 de setembro de 2020

Djalma: o pajé da Lenda Guaraná e suas múltiplas facetas na arte


Huederson Djalma Assunção Cardoso, Djalma como é mais conhecido, é coreógrafo, dançarino, educador, humorista, maquiador, cabeleireiro e ator. Mas, apesar da arte nascer consigo, se qualificou ao máximo, para alcançar o que faz atualmente, trabalhos de altíssima qualidade, em todas as vertentes que se propõe a atuar.

Facebook: Djalma Cardoso DC

Instagram: @djalmadc

Youtube: Djalma Cardoso DC


POR: JOSÉ BRILHANTE E ALDAIR RODRIGUESFotos: arquivo pessoal de Djalma e divulgação 


Sua história começa em Maués, a terra do Guaraná, em 1983, quando recebeu o mesmo nome de seu pai. Passou a infância voltada para as artes. Ficava na frente da TV 24h e, além da programação infantil, era encantado com o mundo da dramaturgia. Sempre alimentava o sonho de ser ator, para desbravar a magia da televisão.  

Começou muito jovem, na dança, aos treze anos de idade, por influência de suas irmãs. Desde então, há 24 anos (duração de sua careira), participa de movimentos culturais, fora e dentro do Amazonas.


A GÊNESE DA LABUTA


A dança, abriu um leque artístico para Djalma, como a criação de coreografias. “A arte chama a gente. Eu sentia não só vontade de montar as minhas coreografias, mas também de produzir”.  

Daí em diante o interesse por outras áreas que também fazem parte do mundo das apresentações, surgiu.

Fez cursos na área da beleza, como maquiagem e penteados, gerando repercussão na cidade e deixando sua marca profissional como maquiador.

A partir de 2014, tornou-se educador. Atuou como instrutor nos cursos de qualificação profissional de penteados e maquiagem. Além de ser formado pela universidade estadual do Amazonas (UEA) em Tecnologia em Logística.  

 “Eu não me vejo longe da arte. Sou fundador da Companhia de Dança Porantin, em Maués, desde 2004. Contribuo com o festival folclórico de Parintins, no boi Garantido e ainda fiz apresentações no teatro Amazonas e outras regiões do país”. 


A FESTA DO GUARANÁ É A SUA PAIXÃO

Sua mátria mãe artística foi a dança, a arte do movimento, onde pegou influências das irmãs que participavam da Cia de dança “Guamataporai”, atualmente não existe. 

Aos 15 anos, como o talento percebido, foi chamado para participar da Lenda do Guaraná, principal apresentação da festa mais popular de Maués. E atua desde então como personagem, Pajé Saterê, no mais importante festival cultural da cidade, que todos os anos se realiza, na terra dos olhos que brotam da planta. É como parece o fruto do Guaraná, com olhos humanos. 

“A minha paixão pela arte começou com a Festa do Guaraná. Foi meu primeiro evento oficial”, lembra Djalma. “Comecei como dançarino e agora como coreografo, Pajé e production das rainhas do evento. 

Além de projetar o trabalho de Djalma, a festa é o principal evento da cidade, que já vem acontecendo há 40 anos, onde movimenta a economia e divulga o folclore de Maués para o estado.  

Saiba mais sobre a Festa e a Lenda do Guaraná: https://folhademaues.com/2019/09/22/maues-vai-comemorar-4-decadas-de-realizacao-da-festa-do-guarana-a-primeira-festa-cultural-genuinamente-amazonense/

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2012199915.htm

Vídeo: pajé Sateré Djalma Cardoso na Lenda do Guaraná 

VOOS FORA DE MAUÉS (TEATRO AMAZONAS, FLORIANÓPOLIS E MOCAMBO) 

O artista, teve várias oportunidades de apresentar sua arte. Um dos momentos marcantes na sua carreira, foi a primeira vez que se apresentou no Teatro Amazonas.

No IFAM de Maués, coreografou a “Dança do Guaraná”, uma manifestação folclórica, que resultou na apresentação em Florianópolis, representando os IFANS do Amazonas.

É pajé no Festival do Mocambo há três edições, no Touro Branco, sendo vitorioso no item em todos os anos que participou. Tudo isso, é resultado de muito esforço e dedicação. “É muito bom o carinho das pessoas, o retorno do seu trabalho. Pra onde eu vou, levo o nome da minha cidade” fala com alegria Djalma.


SUPERAÇÃO DIANTE DE UM ACIDENTE

Superação é uma palavra muito presente na vida do artista. Em 2007, sofreu um grave acidente com fogos de artifício, durante uma apresentação em Boa Vista do Ramos, e teve 70% do corpo queimado.

A recuperação foi muito longa. Nessa etapa, pensou em desistir de tudo. Passou por momentos depressivos, mas, precisou se reinventar. Graças ao apoio dos seus familiares e conterrâneos, fez todo o processo de terapia, para não perder os movimentos. E depois de um ano e meio de recuperação, estava de volta ás atividades profissionais. 


EM TEMPOS DIFÍCEIS, O HUMOR AFLOROU

Com a chegada do Coronavírus em Maués, Djalma ficou sem fazer o que mais ama, a sua arte. E por consequência, sua veia artística falou mais alto e reviveu um dos sonhos de criança.  Assim, aderiu a tecnologia para levar alegria aos seus conterrâneos, sendo ator, para gravar vídeos de humor. Tendo como principal sucesso o vídeo da “prima nossega” que viralizou na internet.

“Na pandemia eu me via entre quatro paredes, não podia sair, então tive a ideia de fazer vídeos de humor” relata Djalma. “Falo para as pessoas que, era algo que estava guardado em mim, a veia do ator, meu primeiro sonho de infância. Então foram surgindo os personagens, conquistando o sucesso na minha cidade”.

Vídeo: a prima nossega

ESPONTANEIDADE E RESILIÊNCIA É O SEGREDO

O Amazonas, possui uma vasta gama de artista que esperam e trabalham para que seus talentos sejam reconhecidos e valorizados. Quando não encontram oportunidades, eles a criam.

Com artista Maueense, exemplo de versatilidade, não foi diferente. Enfrentou muitos preconceitos no exercício da arte, mas, isso não o abalou.  Com a demonstração do talento, foi mudando e sendo valorizado. “Hoje eu sou referência graças a valorização do meu trabalho, tanto na minha cidade quanto fora, e eu sinto muita gratidão por isso” relata Djalma, reconhecendo para si mesmo que a luta foi árdua. 

Conduz a vida artística sem planejar, tudo acontece naturalmente, como o sucesso dos personagens humorísticos criados na pandemia. “Eu sou muito de momento, as coisas vão surgindo e, vou me adaptando, preparado a grandes mudanças, me reinventando diante das dificuldades” explica o versátil artista.

A principal inspiração de Djalma é baseada na resiliência, muito presente na vida de qualquer artista, pela trajetória de superação.  Mas, atitudes mais simples do dia-a-dia, encontra em casa, nos pais, onde está a maior de suas inspirações.

 “Nunca desista de seus sonhos. Acredite na sua capacidade de realizar. Sabendo que não será fácil, porque as dificuldades servem para serem superadas. Acredito que sempre tem que haver uma luta, por trás de tudo. Acredite no seu potencial e acima de tudo, tenha muita fé em Deus e nunca esqueça, a família é a base de tudo” finaliza Djlama, o múltiplo artista.











sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Parintins: o pobre não tem mais direito de ser pobre

 

POR: JOSÉ BRILHANTECharge: Junior Fuziel 


Começo com essa frase: os poucos tem muito e os muitos tem quase nada, e ainda pagam mais!

O Brasil junto com a maioria das suas cidades, em suma, são ricos, mas possuem uma população pobre, onde enfrentam má escolaridade, saúde precária, alimentação deficitária e entre outras situações que ainda lhe faz uma nação de terceiro mundo. Tudo isso, resultado de uma horripilante e descontrolada distribuição de renda.

E com uma pandemia mundial, totalizando mais de 124 mil mortos no país, e com 4 milhões de casos confirmados do Covid-19, tudo piorou. Nesses meses que se seguem, a miséria ataca sem dó e sem piedade, o cidadão não fatura e nem se alimenta direito. Ou sai e se arrisca para ganhar o pão de cada dia ou morre de fome. É uma simples “matemática”, que funciona, quando não se tem um vírus a “solta”.

O auxílio emergencial do Governo Federal, veio para amenizar o sofrimento de quase todos os brasileiros. Porém, uma inflação “invisível” começou.

A grande soma em dinheiro circulando, acabou por alargar os bolsos dos que detém dos bens e serviços, não poupando nenhuma cidade, sendo pequena ou grande metrópole, sem nenhuma fiscalização por parte dos órgão competentes.

E em Parintins, não está sendo diferente. Desde de material de construção a alimentos, como carne em geral, peixes, feijão e verduras, estão tendo aumentos absurdos. Tudo está sendo percebido, com o enfraquecimento do poder de compra do dinheiro.

Nada é explicado para nós, o povão (classe baixa e média baixa), que justifique o acréscimo dos preços. Só ficamos sabendo dos reajustes ou de qualquer insumos extras que possam implicar nos preços, no momento da compra. 

Nunca se sabe onde está a incoerência, se é no setor Primário (extração de matérias primas), Secundário (indústria), Terciário (venda) ou a clássica falta de oferta e muita demanda. Quem sofre somos nós os consumidores. A desculpa é a alta do Dólar.

Sempre é o gringo do primeiro mundo, o colonizador que nos subjuga. Tudo isso empurram em nossas gargantas a seco, sugando cada centavo de nossos bolsos, porque somos os operários, a engrenagem do sistema, a força bruta que tudo faz girar e que não se rebela, o pagador das dívidas dos endinheirados que dá para contar nos dedos e, que nunca se preocupam com boletos.

 O imposto e sempre para os mais “miseráveis”. Trabalhamos doze meses, e cinco é somente para pagar os tributos federais, estaduais e municipais. Mas, apesar de tudo isso, nos davam o direito de sobreviver como pobres, tínhamos o mínimo ao alcance, para viver.

Comíamos o que cabia em nossos bolsos: bucho, salsicha, arroz, embutidos, ovos ou feijão. A comida da “ralé”, do braço forte que nunca se rebela, escravizado mentalmente, apesar de gozar da "liberdade" em todos os sentidos.

Mas, o direito de subsistir como pobre está sendo tirado dos parintinenses, quiçá dos brasileiros, (não que isso era uma forma digna de viver), com os preços exorbitantes na “praça”.

O custo da Cesta Básica em média, está R$370, no Amazonas, segundo o Conselho Regional de Economia do estado, porém isso não condiz com a realidade de Parintins.

Na cidade, com menos de quinhentos reais, qualquer família de 3 pessoas não compram o básico para se alimentarem ao mês e, estou falando somente do fundamental.

E pra completar, o salário obteve o reajuste anual, e o valor é vergonhoso, para não dizer humilhante. De 22 reais (1045 para 1067)

Uma mão grande arromba nossos bolsos e engordam os políticos e, a quem quer que esteja envolvido na produção e venda, praticando preço desonestos!

Tem o velho ditado que diz, que pobre só come carne quando morde a língua. Nesses tempos, essa frase nunca faz tanto sentido como agora.  Somente pagamos. O picadinho que custava R$15 agora é vinte. O Bucho (dobradinha) de cada dia, um produto que há 20 anos atrás era jogado aos urubus, sofreu uma grande alta, de oito reais para doze.

O “santo” Charque, que surgiu da classe trabalhadora do Nordeste  devido à falta de opção para preservar a carne da podridão, passou para classe dos nobres, com o preço de R$38 o quilo.

A carne de primeira, só mordendo a língua como diz o ditado. Tudo está aos “olhos da cara”, custando um “rim” de cada trabalhador necessitado. A solução é se encher de chavões para descrever o que estamos passando.

 

 

 


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