terça-feira, 25 de agosto de 2020

Periferia de Parintins em destaque: “A feira aqui na orla da união sustenta minha família” diz feirante


As vendas já existem há mais de um ano e foi conquistada por meio de abaixo assinado, organizado pela Associação dos Moradores do Bairro da União (AMBU), junto com o colaborador Ricardo Marinho. E desde então vem gerando emprego e renda para localidade e dando opção para compras diárias. 


POR: JOSÉ BRILHANTE
Fotos: José Brilhante


Apesar dos vendedores estarem em um ponto estratégico, uma construção ao fundo está sendo erguida para abriga-los. Essa obra é fruto da união dos moradores e associação, junto com seu então presidente da época, Ricardo Marinho, que entregou nas mãos do governador a documentação, solicitando o prédio para os trabalhadores. 

“A feira é uma emenda do projeto Calha Norte. Mas, para os trabalhadores não ficarem parados, esperando a construção, pedimos permissão verbal do Setor de Terras municipal, para que funcione, ainda improvisada” relata Ricardo Marinho, principal articulador da feira do bairro da união. 

A vasta variedade de produtos, é uma vantagem. No local, além de ter mais de quarenta trabalhadores, funciona a venda de peixes, comida pronta de todas as variedades, verduras, legumes, farinha, carvão, camarão, entre outros.

 

Seu Erinaldo, verdureiro da feira, explica a importância da localidade: “Esse local é muito bom. Se não tivesse, eu estaria na rua sendo ambulante, e isso não é legal, por causa da minha idade. Eu não sou aposentado e não tenho nenhum benefício, e é da onde eu tiro meu sustento”.  

Vista geral da feira 

Também, acabou gerando emprego e renda para pessoas que vieram do interior e que hoje residem no bairro da união, como dona Maria.

Interiorana, natural do distrito do Mocambo, mãe e pai para seus filhos, ela reflete sobre a existência e a oportunidade que recebeu para trabalhar e ganhar o pão de cada dia: “A feira aqui na orla da União sustenta minha família. E é da onde tiro minha sobrevivência todos os dias. O trabalho é importante, não só pra mim, mas para todos os meus colegas de feira”. 

Tendo uma  boa aceitação, a feira oferece aos moradores dos bairros circunvizinhos, uma praticidade. Eles não precisam mais se deslocarem a lugares distantes para ter seus produtos alimentícios de necessidade básica. 



Acervo feira 








domingo, 16 de agosto de 2020

TaMo Juntas: o empoderamento feminino no Hip-Hop


O coletivo chamado TaMo Juntas é uma organização de mulheres artistas de Parintins, que iniciou com dançarinas de Breakdance (B-girl), mas que se estendeu também para o campo das artes visuais, no Grafite. O intuito, a partir de então, não é somente se juntar para dançar, mas para lutar contra as injustiças sociais, pela equidade de gênero dentro do cenário e, o empoderamento feminino, no lado artístico. 

 

POR: JOSÉ BRILHANTEFotos: Eduardo Melo, Expedito Calixto XP e Lamartine Silva

  

Tudo começou com Nita Paes, atualmente coordenadora do coletivo, em novembro de 2018, junto com suas parceiras B-girls (mulheres pertencentes a cultura Hip-Hop), Criz, Tatá, Rose, Monique e Gleice.

Daí em diante, tudo evoluiu. De um pequeno projeto onde as reuniões aconteciam na casa da coordenadora, para uma ferramenta de união que deu visibilidade ao potencial das dançarinas parintinenses.

A luta era e ainda é, por mais representatividade e empoderamento feminino, na cultura do Hip-Hop e local. A ideia foi unir primeiramente B-girls em um coletivo só de mulheres, mas com quase dois anos de atividades, acabou se estendendo também para campo das artes visuais, com o Grafite.

É uma dança democrática, onde todos são bem vindos. Para começar só precisa querer e conhecer a cultura.

Atualmente o coletivo tem em média 30 mulheres incluindo crianças, jovens e adolescentes. Estão divididas em dois subgrupos: dançarinas e artistas visuais.

O Hip-Hop, instrumento artístico principal do coletivo, possui quatro elementos: Djs, Mcs, Grafite e Breaking. Sendo o último, onde o TaMo Juntas, com mulheres sempre buscando formação profissional e acadêmica, atuam com mais frequência.  Mas, não deixando de lado os outros.


A IMPORTÂNCIA DO COLETIVO EM RELAÇÃO A REPRESENTATIVIDADE FEMININA

No movimento Hip-Hop, as mulheres estão cada vez mais se unindo, isso é perceptível não somente em Parintins com o Coletivo de Mulheres Artistas TaMo Juntas - TMJ, como no país inteiro.  

 

Já adquiriram o reconhecimento, mas, não na proporcionalidade que elas merecem, na equidade. 

A partir disso, Tatá que também cuida das redes sociais do coletivo (assessora), explica a pouca adesão por parte das mulheres no movimento: “O machismo ainda é preponderante dentro da cultura Hip-Hop, e ainda impede muitas de continuar. Hoje em dia uma mulher representa várias mulheres dentro da cena. Não são muitas como a quantidade de homens, mas sempre são resistência”. 


TAMO JUNTAS, NO MAIOR CAMPEONATO DE BREAKDANCE DO MUNDO: RED BULL BC ONE

Ao longo do tempo, as diretoras do coletivo, fazem de tudo para que as integrantes estejam participando de campeonatos a nível municipal, estadual e internacional. Sempre com a ajuda de apoios e parcerias.

No ano passado, em 2019, marcaram presença na eliminatória da maior competição de Breakdance do mundo, Red Bull BC One, que teve umas de suas etapas em Manaus.

Na capital, quatro TaMo Juntas, conseguiram vagas entre as oito melhores do Estado do Amazonas.  A B-girl, Criz chegou à final. Tiveram também no Festival Afro-Amazônico de Cultura Popular, onde representaram as Icamiabas, através de uma performance de danças urbanas.

Conheça mais sobre o Red Bull BC One clicando no link: https://www.google.com/amp/s/amp.redbull.com/br-pt/breve-historia-do-red-bull-bc-one


A PARTICIPAÇÃO DOS HOMENS E DAS CRIANÇAS NO COLETIVO 

Apoiadores e colaboradores

Como trabalham no conceito de equidade (senso de justiça), homens também participam dando apoio e incentivo. A uma gama de B-boys, como o artista visual Pito Silva, Márcio, Glaucivan (fundador do Movimento Hip-Hop na cidade) e também o Biólogo Hendrew Nunes que é o secretário do coletivo. Todos de alguma forma ajudam a fazer das mulheres, as protagonistas da arte em Parintins.

As crianças do Coletivo, geralmente são filhas, filhos ou parentes de quem já participa. Sempre são acolhidas pelas atuantes mais experientes e recebem uma atenção especial por estarem começando uma nova trajetória.

Até o início do ano, 2020, estavam organizando um projeto para atender mais crianças por meio de aulas presenciais. Com esforço, as participantes do TaMo Juntas, se propuseram a oferecer aulas gratuitas, mas, infelizmente ainda não foi possível dar prosseguimento aos projetos, por conta da pandemia do novo Coronavírus.


A DIFICULDADE DO DIA A DIA NO HIP- HOP

Com todos seus estilos, a cultura, ainda é muito marginalizada. “Quem realmente conhece a história dessa manifestação sabe que representa muito a vida das pessoas, a alma da periferia, o cotidiano daqueles que lutam por uma realidade melhor” relata a assessora, não encerrando o pensamento.  “A mulher dentro da cena, ainda é minoria, mas sempre foi/é ‘resistência’ tanto em relação às B-girls (dançarinas) como Mc's, grafiteiras e Dj's”.

Na opinião ainda de Tássia, o ‘feminino’ ainda incomoda dentro do universo Hip-Hop. São poucos os que realmente apoiam, mas ainda tem muitos que as admiram e aplaudem.

Quando as veem fazendo o que amam, os pensamentos se dividem. Uma mulher no meio de muitos homens praticando o Breakdance, pensam que as dançarinas não fazem nada da vida, além de dançar e perder tempo.

“Eles   ainda não entendem que a dança pra quem ama é um estilo de vida, que cada um tem uma vida normal como qualquer outra pessoa, que trabalha, estuda e que compartilha também de uma família e responsabilidades. Creio que muitos ainda precisam conhecer a cultura Hip-Hop, e eu teria o prazer de apresentar, para não haver dúvidas sobre nossa arte, o que fazemos e o que somos” desabafa Tatá.


O COLETIVO NA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS E OS PROJETOS PARA O FUTURO 

Apesar do distanciamento, as atividades continuaram, mas só voltarão com o presencial quando tiverem uma certeza científica de que a doença não apresentará mais riscos.

Tudo se modificou de uma hora para outra. Não ter contato pessoalmente, tornou-se difícil, porque nem todas as participantes possuem internet. Mas, com dificuldade, conseguem se reunir, através das plataformas sociais e continuar indiretamente as atividades. 

Nos tempos atuais, estão trabalhando no presente, não sabem o que o futuro lhes reserva. Os projetos e planos, ainda continuam à espera do fim do vírus que assolou o mundo.



  

 


 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 




domingo, 9 de agosto de 2020

Banhistas começam a visitar praia do Uaicurapá


Com a flexibilização para o funcionamento dos transportes fluviais, por parte da prefeitura de Parintins, a equipe do Captura Real, esteve no local para registrar a movimentação dos parintinenses em busca de areia, sol, rio e diversão.


POR: JOSÉ BRILHANTEFotos: José Brilhante


Neste domingo de lazer, 09, a praia de Itaracuera mais conhecida como do Uaicurapá, foi movimentada com mais de quatorze barcos, dezenas de lanchas e algumas motos aquáticas que passavam em velocidade. 

As embarcações saem sempre no sábado à noite, para ter o domingo inteiro de diversão. A viagem tem duração de 2h30min de ida e a mesma  de volta, em velocidade média.

Entre os visitantes, esteve famílias completas, para curtir o dia, incluindo muitos vendedores ambulantes, comercializando bebidas, camarão no espeto, batatas frita, Hot-dogs e comida em geral, para garantir uma renda, mesmo em tempos ruins. E ainda possuiu um atendimento especial: entrega de pé de moleque e tucupi no Delivery Rabeta.

Até os bichinhos de estimação, todos vindos com seus donos em barcos e lanchas, aproveitaram o sol forte, água fresca e areia nesse final de semana.

As famílias que foram em barcos particulares, tomaram o cuidado para manter o distanciamento, tendo em vista que a praia Itaracuera, possui uma longa faixa de areia.

Em relação ao lixo produzido, os visitantes estão mais educados e fazem a coleta. Foi observado, que  todos juntaram os lixos que produziram. E curiosamente foi colocado um recado, “educativo” e muito "estimulador", em um tronco de uma árvore, informando aos desavisados: "Leve seu lixo ou meta no cú". 

As embarcações que se dispõem a ir, geralmente são barcos fretados por pessoas que desejam levar seus conhecidos e parentes para um dia diferente de diversão! O lazer deste domingo, terminou ás 15h, chegando em Parintins ás 17h30min! 



domingo, 2 de agosto de 2020

ANJO 7: UM SOBREVIVENTE DA ARTE

O santareno, Arley Fabrício, 29 anos, mais conhecido como “Anjo”, sobrevive da arte, com a realidade ao lado, onde o artista do norte, ainda é reconhecido e valorizado pelo seu talento, mas desvalorizado no valor monetário.  


POR: JOSÉ BRILHANTE Anjo e suas artes 

Fotos: arquivo pessoal de Anjo 

Instagram: @arleeyfabricio


O ainda pequeno “Anjo”, começou seus primeiros rabiscos com apenas quatro anos de idade, desenhando os super-heróis dos desenhos animados que via na televisão e nos quadrinhos. 

Acabou recebendo o apelido de Anjo, por gostar muito da figura celestial e por ser simbólico ao seu gosto. O número sete, veio compor seu slogan chamado “ANJO 7, UM SOBREVIVENTE DA ARTE”. “O sete veio porque é o número da perfeição, e acabei fazendo uma junção” explica Anjo. 

Arley Fabrício, o Anjo, acabou passando uma temporada de oito anos na terra do boi-bumbá, Parintins, por motivos de trabalho, e acabou agregando a sua arte o, estilo Parintinense (retratar a fauna, flora e os indígenas), ao que já possuía, o Underground e o grafite de rua.


“SOU AUTODIDATA’’

Aprendeu quase tudo sozinho, sempre observando. Já nasceu com o dom dos traços. “Nunca fiz um curso de desenho” fala Anjo. “Tudo que aprendi foi por interesse em sempre está evoluindo. Demorou um pouco para mim ter o controle das técnicas. Era muito difícil, não tinha informação, e o jeito era observar os que desenhavam para aprender”. 

Com 10 anos de idade, em 2001, começou a pintar. E desde então, vem tentando evoluir cada vez mais, sempre aprendendo novas técnicas, para juntar tudo em uma só arte.

Em relação ao seu estilo, Anjo conta um pouco: “Não possuo um estilo próprio, gosto de fazer todo tipo de arte, usando todas a referências que já adquiri”. 


REFERÊNCIAS

Tem como espelho principal para suas artes, Salvador Dalí, um famoso pintor surrealista, Catalão, que tinha como principais características, seus bigodes protuberantes, superlongos e finos. A figura e as obras de salvador, o faz refletir: “As obras dele e a figura, me faz viajar nesse universo da arte. Ele coloca suas ideias através do surrealismo.  Então pego referências dele”. 

Apesar de uma rápida passagem pelo boi-bumbá, não considera que teve uma absorção de técnicas usadas no trabalho dos bois. Mas, uma morada de oito anos na cidade de Parintins, o fez conhecer pessoas que acabaram passando seus conhecimentos a ele, para agregar no seu estilo eclético. 

“A arte da cidade me inspirou, ela mudou meu pensamento. Antes só gostava de fazer desenhos Underground. Tudo relacionado a rua, na cultura hip-hop, onde comecei. E quando cheguei na cidade tive outra visão, da arte regional, da natureza, da arte indígena” conta Arley Fabrício, o Anjo.


TÉCNICAS

Foi adquirindo as técnicas, e aprendeu a Areografia, um método surrealista, onde utiliza-se uma pistola de ar, de pequeno porte, chamada de aerógrafo. Depois aprofundou-se no Spray, ai aprendeu as técnicas dos traços mais finos.

“Gosto muito de utilizar a técnica do realismo, areografia, spray, pincel. Assim, tento também fazer uma técnica mista. Coloco tudo junto!” explica Anjo.  

 

O PODER DA ARTE

Vive da arte em Santarém/Pará, porém, a vida é difícil para o artista do norte. “As pessoas vedam-se perante o poder de transformação da arte” relata Anjo. “Alguns, só querem adquirir sem dar o devido valor”.

Mas, apesar de tudo, existem os que valorizam e reforçam o caminhar da arte, que representa a paixão de Anjo. É a sua comunicação. Acaba expressando suas ideias através dos desenhos e pinturas, e a arte lhe dar esse suporte.  


ACERVO 












Trabalho em camisa 

Trabalho em camisa 














 




 



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