sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Posto Lava a Jato Alexandre: há anos gerando emprego e renda em Parintins


“A sensação é a das melhores possíveis, de ter um empreendimento que emprega 10 colaboradores e ainda contribui para o crescimento do município” diz Alexandre Pontes, quando perguntado do valor emocional de sua empresa.

POR: JOSÉ BRILHANTE
Espaço físico do posto 

Com o mesmo nome do proprietário, o empreendimento é o melhor conceito em lava rápido automotivo (moto, carros, bicicletas e caminhões) e serviços de bar e conveniência, junto com o sistema de lavagem a seco de sofás e todos os objetos que necessitam desse sistema.
A empresa surgiu em Maués, com a ideia de ser um negócio familiar, para gerar emprego e renda para um grupo de amigos. Ao longo do tempo, a ideia foi transformando-se em realidade e fincando raízes na terra do guaraná. Porém, houve uma mudança para Parintins, devido a transferência do propritário, que é funcionário público e Parintinense. 

Funcionários do Lava a Jato

Com o lema QUALIDADE E HONESTIDADE EM PRIMEIRO LUGAR, a empresa só agregou seus serviços em prol aos parintinenses que não dispunham de muitas opções especializadas para o bom trato dos veículos. 
Localizada em um ponto estratégico da cidade, na rua Fausto Bulcão, próximo ao galpão do Caprichoso, o empreendimento não oferece somente o serviço de lavagem.
Enquanto o cliente espera, existem opções amplas para que possa ter conforto no Posto Lava a Jato Alexandre, como os serviços de bar, conveniência, e um ambiente tranquilo, onde os fregueses possam relaxar enquanto o veículo é higienizado.  

         SERVIÇOS ESPECIALIZADOS

Com o funcionamento das 7h às 18h30min, estendendo até as 19h para os serviços de bar e conveniência, o posto oferece todos os tipos de lavagens, como fala Alexandre, dono da empresa: “Lavamos desde da moto, bicicleta e os caminhões mais pesados que existem na cidade. Inclusive higienizamos a seco, estofamentos e até capacetes”. “Ainda lavamos com xampus especializados, para não danificar os veículos”. 
A também os diferenciais como contrato de lavagem para empresas que desejam lavar suas frotas e, os polimentos especiais de faróis envelhecidos e cristalizados. 


Número para contato: 995062182

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A VELHA INFÂNCIA: BOLINHA DE GUDE

POR: JOSÉ BRILHANTE
Foto: José Brilhante

Há...! Aquela velha infância, quando tudo começava com uma bolinha de gude, no meio do dia ou no fim da tarde, talvez o dia todo, quando nos tempos passados a pequena tela não os tragavam.

As crianças iam chegando no terreno baldio com uma alegria e adrenalina inexplicável.

O local só precisava ser plano e com um bom pedaço de terra, que a velha infância teimava em descobrir.


Logo era desenhado no chão o “T” e a “LAVOURA”. Esta última, os participantes, após uma calorosa discussão, disputavam para saber a que distância ficaria para jogar as bolinhas. Eram emparelhadas, com cada jogador sendo obrigado a deixar uma no cobiçado T.


Logo, decidiam quem jogava primeiro ou por último, era inebriante, porque o sucesso dos ganhos das bolinhas dependia disso e, também da boa pontaria com os dedos, que garantia o tilintar das esferas uma na outra, quando se chocavam.


O detentor do primeiro tecar, decidia-se ao lançar da bolinha, quando mais perto da linha ficava, a ordem do primeiro concretizava-se. 


Empolgante se via, todas as “PONTEIRAS” prontas para serem atingidas e por conseguinte ganhar uma em troca. Às vezes, acertar tornava-se tão difícil quanto parecia, poderia estar perto ou longe. Porém, antes o ritual inconsciente do “CASTELO” era feito, no mirar dos dedos, para o estalar de bolinha com bolinha. Isso trazia um ar mágico!


Os palavrões eram ouvidos de quanto em quanto. Devia ser uma forma de desalento por conta do erro ou uma forma de melhorar a pontaria.


“Ratão” sempre foi a expressão usada pra quem tentava trapacear. Quando isso acontecia, uma gritaria misturado com risos, corria para “ABECAR” e recomeçar o jogo da lavoura.  


Assim com todas as emoções e perdas, a brincadeira, no passado, não tão distante, era, até o fim apreciada avidamente, com alguns indo aos “PITI” e outros com os bolsos e mãos cheias do prêmio máximo, a bolinha de Gude.

          







sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

DRAY: torcedor fanático do Amazonas (Cobra-coral)


POR: JOSÉ BRILHANTE
Foto: Renan Mota

As marcas do passar do tempo em seu rosto. Suas mãos envelhecidas. Uma aliança em seu anelar esquerdo como prova de amor eterno.

Um olhar desconfiado ao fundo, com cabelos brancos e um vestido florido. É a sua esposa, ou a “minha velha” como diz seu Dray.

Esperava em sua cadeira de “macarrão” em frente a sua residência, sem pressa do tempo e com a serenidade de quem já viveu oito décadas bem vividas.

O frescor do entardecer contribui para a conversa fluir. A nostalgia torna-se presente a cada palavra proferida como se a felicidade voltasse 40 anos atrás com a sua Sulamba assada que levava para o tupyzão e seu “Teco-Teco” na mão, torcendo, interrompendo o jogo com sua volta olímpica, após o gol, e trazendo alegria para o Amazonas Esporte Clube, mais conhecidos como Cobra-coral.

Seu “adversário” João Novo, não deixava por menos, levava o bode Bartolomeu, todo “empalhitorzado” ou vestido com as cores do Sul América, para o encontro épico das torcidas onde tudo e todos eram felizes em torcer pelo time do coração.  Essa era a magia, que levava milhares de torcedores para o grande Tupy Cantanhede.  
                                  Foto:acervo Paulinho Faria
Bode Bartolomeu, na foto, com os jogadores do Sul América campeões dos anos 1970





segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Parintins: EMEC sub-18 estreia com vitória na Copa Semjuv


A peleja inicial da primeira Copa “Secretaria Municipal de Juventude Esporte e Lazer” (Semjuv), “tiro curto”, foi contra o Magnus Futsal.

POR: JOSÉ BRILHANTE
Foto: José Brilhante 

Com apenas dois adversários na chave A (Sport Tá na Veia e Magnus Futsal), e totalizando sete clubes escritos na categoria, o Emílio Moreira Esporte Clube Estar (Emec), foi em busca da vitória, sendo muito importante para dar um passo a classificação.
A partida começou às 9 horas da manhã, dessa segunda-feira, 20, na abertura da competição, no ginásio Elias Assayag, com dois tempos de 13 minutos.
Com um jogo truncado e bastante disputado para os dois lados, a rede só balançou aos onze do segundo tempo, faltando apenas dois minutos para o termino.  
Foi Gabriel, jogador emequiano, que inaugurou o placar, driblando dois adversário e vencendo o goleiro com um chute cruzado de direita, deixando o placar em 1 a 0, e fazendo os primeiros três pontos do Emec Estar, na Copa.

A COMPETIÇÃO

A Copa Semjuv, iniciou nesta segunda-feira, com apoio da Prefeitura Municipal de Parintins. A competição está envolvendo jogos que abrangem a categoria sub-18 masculina e feminino aberto, sem limite de idade.
Com entrada franca e realizando todas as fases em cinco dias, a Copa terá premiação de medalhas, troféus e o apurado da inscrição de cada categoria, terminando nesta sexta-feira, 25, sendo um campeonato de “tiro curto”.


JOGOS REALIZADOS 






RODADAS 2 E 3   





CHAVES MASCULINO E FEMININO 












Imagens das rodadas e tabelas: equipe Semjuv 

sábado, 18 de janeiro de 2020

EMEC confirmado na Copa Alvorada de Futsal 2020


O time intitulado Emílio Moreira Esporte Clube (EMEC), completa 25 anos nessa edição e vem em busca do segundo título da Copa Alvorada, dando, principalmente, oportunidade para jovens jogadores.

POR: JOSÉ BRILHANTE
Diretores do EMEC 

A participação se deu pelo convite do organizador da competição, Nelselino Santarém e após o pagamento da inscrição.
O clube já vem participando desde de 2018, ininterruptamente, querendo resgatar seus tempos de glória, dos anos 1995, onde foi campeão com atletas prata da casa.
A Copa Alvorada pertence ao Sistema Alvorada de Comunicação, e vem coincidentemente desde de 1995, sendo realizada, data da fundação do EMEC.
Possui a forma de copa, porque abrange 16 equipes, contendo fases de grupos e classificações no Mata-mata.  
Imagem: Sistema Alvorada de Comunicação 

O elenco emequiano, vem sendo formado sem pressa e com bastante jovens, com média de idade de 23 anos. Essa preferência por jogadores novos, para formar o escrete, é devido a copa de futsal está em um nível elevado, exigindo muito velocidade dos atletas.
A copa inicia no dia 18 de fevereiro, e é tida como a maior competição do baixo Amazonas, muito por ter uma grande visibilidade, conter times de vários municípios e jogadores que atuaram na seleção brasileira de futsal.
O clube ainda está em busca de patrocinadores, e garante muitas vantagens para pessoas físicas ou jurídicas que desejam apoiar o projeto 2020 do Emilio Moreira Esporte Clube.


NÚMEROS PARA CONTATO

(92) 993738823 – Keko Macedo
(92) 994177659 – Edinei Santarém
(92) 992614473 - Romero Brilhante

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A nova geração que materializa a magia do boi Caprichoso


Eles alcançaram o que todo artista parintinense deseja, ser dos bois bumbás de Parintins. Só que para isso se tornar realidade, foi preciso muitos anos de estudos para aperfeiçoar o dom que deus lhes deu. Eles trabalham no setor de ilustrações, onde tudo que o boi apresenta na arena do bumbódromo é materializado para a folha de papel por eles e mais alguns colegas. Nesse setor, nada pode sair normal, tudo tem que está impecável e na escala certa. São designers do folclore.  

POR: JOSÉ BRILHANTE
Denner Silva e Júnior Fuziel, folheando a revista onde estão seus desenhos 


Os dois já nasceram com esse dom inexplicável, de fazer arte, que só existem em Parintins. Foram como todos os meninos da cidade que descobriram seus talentos, através do autoconhecimento, a capacidade de aprender sozinho.
Com o passar do tempo, se destacaram e foram sendo percebidos pelos mais próximos, que o talento de desenhar poderia render bons frutos no futuro. Mas, Denner Silva e Júnior Fuziel não sabem explicar como nasceram para um ofício altamente complexo.
Antes de todas as oportunidades que aproveitaram, os artistas não tinham a arte como meio de vida. Denner ao sair do ensino médio em 2012, encontrou seu caminho quando começou a frequentar o CRAS do Paulo Corrêa, onde tinham cursos de vários tipos, inclusive o desenho, e aprendeu técnicas que não conhecia. “Depois desse curso, entrei pro Liceu de artes de Parintins e comecei a fazer trabalhos para meus colegas”.
Junior foi meio diferente, o autoconhecimento foi mais aflorado, até pela influência do boi bumbá, com sua família gostando muito. Mas, não deixou de adquirir o conhecimento, quando foi para a “Casa de Acolhida” em 2001, aonde descobriu e despertou ainda mais o interesse pelo mundo da arte.  Contudo, Júnior, agradecesse ao boi em miniatura Garantido que foi uma grande escola, que lhe ensinou muito sobre a profissão no boi.

A ENTRADA NO BOI

Os artistas repassando suas experiências para alunos de desenho no Liceu 

Apesar de serem autodidatas, estudaram muito para evoluírem e chegarem ao nível artístico que se encontram. Júnior Fuziel, 28 anos e Denner Silva, três anos mais novo, tiveram a mesma história, quando entraram para boi Caprichoso.  
Em 2016, estudando no Liceu de artes Parintins, com o professor Erinaldo Batalha, participaram de um concurso de artes e se destacaram. Foram vencedores e indicados pelo professor para fazer um teste no boi.
Na ocasião queriam só um desenhista, só que o destaque se repetiu no teste e, acabaram aprovados. “Não sei te explicar acho que foi uma benção que nós tivemos, porque é muito difícil passar em um processo desses. Mesmo com talento, nesse setor, poucos passam”, desabafa Júnior. Desde então, já totalizam três títulos do festival em 4 anos como ilustrador do boi.

O TRABALHO
A importância dos artistas é essencial no processo de criação do Caprichoso. No galpão são os primeiros a colocar a mão na massa, no setor de ilustração. “O conselho de arte, passa pra gente os rabiscos ou somente a ideia e nós materializamos de acordo com que eles pedem,” fala Denner.
Falando desse jeito, parece uma coisa simples, porém tudo que vai para arena, como alegorias, adereços e fantasias, passa pelas mãos dos ilustradores e seus colegas (Kedson Oliveira e Igor Viana) que desenham minuciosamente cada objeto em escalas e ricos em detalhes.
Até movimentos corporais, tipos de penas, tamanho de missangas e reações da indumentária, são desenhados, para ficar em uma proporção que dê para os artistas de alegorias reproduzirem.
“Os mais difíceis de fazer são os rituais. Levam uns 15 dias. É muito detalhe. Não é só um desenho simples, é tudo na escala, como se fosse ela pronta”, fala Júnior. “Além de bonito tem que ser técnico, porque depois vai para a revista promocional que é distribuída para patrocinadores e sócios” completa Denner.  
Para isso, muitos anos de experiência foram adquiridos, junto com o conhecimento técnico obtido em cursos específicos.

Criação de técnica Mista e a fase mais difícil do trabalho
É como um chefe de cozinha, eles mantém o segredo da receita secreta da técnica, desenvolvida pelo grupo de artista que consiste em lápis de cor e aquarela.
O trabalho é totalmente diferente, justamente pela Caneta Nanquim, que dar um aspecto de alto profissionalismo na ilustração do projeto bovino. “É o processo mais difícil que aprendemos. Se errar já era, não dá pra apagar. Se fizermos devagar, estraga e deixa trêmulo”. Tem que dominar o manuseio com traços rápidos”, fala Denner. 

TRABALHOS IMPORTANTES

Com os anos de experiência e tendo o boi como uma grande vitrine, muitas propostas já surgiram, inclusive de desenhos para o carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo outros municípios. Como não estão presos em ilustrações do boi, possuem outras habilidades. Assim, nessa caminhada já receberam encomendas especiais e importantes: um retrato do governador Wilson Lima e sua esposa.
“Foi uma corrida contra o tempo, porque as pessoas que queriam dar o presente para ele, nos contataram às 23hs, para entregar a obra logo pela manhã, na semana do festival. Acredito que foi um presente especial”, diz Júnior quando se referiu ao desenho que fizeram, do governador e esposa, juntos.
Outro desenho foi feito, um retrato realista, também do governador, em setembro do ano passado, agora só por Denner, encomendado por uma pessoa próxima a ele que queria presenteá-lo, já que ele não permite foto oficial em seu gabinete, ou seja, o retrato realista está na sala do líder estadual.
O ápice da profissão é quando fazem esses trabalhos importantes ou quando vão para arena e veem seus desenhos materializados como majestosas alegorias, adereços e fantasias, que são apresentados nos três dias de festival.  “É legal essa parte, porque nós sabemos tudo que vai acontecer antes de todo mundo. Mas sempre tem expectativas” relata Júnior. Denner tem quase a mesma sensação: “A materialização do nosso desenho é sensacional, principalmente quando vejo tudo, e sei que nós ajudamos a fazer”.  


ALEGORIAS ILUSTRADAS POR JÚNIOR, DENNER E EQUIPE









OBRAS DE DENNER










OBRAS DE JÚNIOR FUZIEL









quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Mãos femininas parintinense na arte do desenho


“Algumas pessoas ficam bastante surpresos quando dizemos que fomos nós que desenhamos tais obras”, diz Elizabete. “Tenho um quadro em casa, que muitos duvidam que foi eu que desenhei e pintei. Quando me olham, aí que não acreditam mesmo, acho que é por causa do meu tamanho”, fala Suame com um sorriso. “Alguns ainda dizem: ‘É sério mesmo que foi tu que desenhou?’”, diz Sônia quando olham suas obras.

POR: JOSÉ BRILHANTE
Artistas da esquerda para direita: Sônia, Elizabete e Suame

Parintins é a “capital” onde transpira talentos, é tida como a cidade que possui mais artistas por metro quadrado, mas a maioria homens que já tem seus nomes bem conhecidos até nacionalmente. Como dom não escolhe sexo, algumas mulheres estão surgindo no cenário artístico e, mostrando suas habilidades e técnicas no desenho.
As três artistas estavam lá, na Praça do Japonês, sentadas no banco cheio de flores, próximo ao Liceu de Parintins, a instituição que vem ajudando-as a evoluir na arte.
Elas representam, mesmo que no inconsciente, uma gama de mulheres da cidade que praticam o desenho e querem conquistar seus espaços, reconhecimento e por consequência o sucesso.

 Elizabete com sua primeira obra em tela

Ambas conheceram o desenho de forma distinta. Elizabete Printes, 24 anos, entrou na arte do desenho através do namorado que é artista do Garantido, se matriculou no Liceu e se apaixonou pelos desenhos.
Suame Alfaia 20 anos, sempre desenhou desde de pequena, mas foi o irmão que a conduziu para as aulas ainda no Instituto Raimunda de Paula Melo (Irapam), e depois para o liceu com o professor Josinaldo Matos. Mas, teve que parar por um tempo devido a faculdade de Nutrição, só que não era muito o que queria e acabou voltando para o que gosta, o desenho. 
Suame já aceita encomenda para fazer desenhos. Mas, encontra dificuldades de enviar para pessoas de fora que se interessam pelo seus trabalhos que apresentam uma qualidade incrível. Mesmo com a distância da um jeito de mandar suas obras para quem deseja, via internet e digitalizada. 
Já Sônia Mara Nascimento, a mais experiente em vivência das colegas, conheceu a arte pela necessidade. Sempre esteve no meio, porém realizando outras atividades, como crochê, pintura em guardanapo e costura de pastorinhas, mas, nunca com desenhos, que necessitava para quase todas essas atividades. Devido a isso, também procurou o curso no liceu e foi acolhida por Josinaldo que lhe ensinou as técnicas necessárias. “Sempre quis fazer meus próprios desenhos, aí conheci através do Cetam, onde pintava em pano, o Liceu de artes, onde estou a 2 anos me aperfeiçoando”. 

O MENTOR
As idades são diferentes, com gerações que cresceram em mundos distintos, porém com a mesma vontade que é o aprendizado da arte, com o mesmo mestre, Josinaldo Matos, que vai além do professor de artes, transformando-se em educador, segundo as artistas.
“A visão do professor Josinaldo vai muito além da nossa ilha. Somos praticamente seus filhos. Ele batalha por nós”, fala Elizabete Printes.
“Ele sempre deu um jeito de ajudar a gente. Disponibilizando, seus materiais e o próprio ateliê para eu treinar. Emprestou tudo, desde de tinta a tela.” confessa Suame. 
Ele não é só professor. Também incentiva, é um amigo. E um educador que quer ver o nosso futuro progredir”, completa Sônia.

AS OPORTUNIDADES
O campo da arte em Parintins é muito competitivo, não há uma preferência por trabalhos feitos por homens ou mulheres no desenho como um todo, mas em alguns setores exigem muita força física (arte em muros, pinturas de alegoria e etc), e nesse ponto as oportunidades diminuem para as meninas, onde os homens tem a vantagem e acabam saindo na frente, muito também, por causa de seus contatos e anos de experiência. Diferente das meninas que estão a poucos anos praticando e não realizam esses trabalhos mais braçais, que são mais requisitados em Parintins. 
Nesse momento, Suame, que já recebeu até proposta para trabalhar como desenhista no boi (acabou não indo por estar fazendo faculdade no momento) está na área da caricatura, onde a concorrência é forte, pôr a ver muitos profissionais excelentes.  “Às vezes somos bem requisitadas, outras passamos semanas ou meses sem receber encomendas para desenhar. ‘Muitos falam: vocês vão passar fome se forem depender do desenho’. Não ligamos mesmo quando falam que a arte não traz nada financeiramente pra nós. É o que gostamos e pronto” relata a artista mais nova e talvez mais atuante do grupo.  
Há também várias exposições, feita pelo Liceu, que proporciona para as meninas a visibilidade, inclusive nacional, com curadores vindo de grandes centros urbanos.

AS SURPRESAS
A grandes espantos por partes das pessoas quando recebem a notícia que mulheres desenham. “Fiz uma tela pro meu pai, para uma exposição que aconteceu no fórum. A pintura se encontra em casa. Todo mundo quando ver, pergunta quem fez a obra, imaginado que foi meu irmão, por ele também ser artista. Mas, quando meu pai fala que foi a filha, todos ficam surpresos. E quando me veem, aí que não acreditam mesmo” relata Suame.
Alguns ainda perguntam, “e sério mesmo que foi tu que desenhou?”, fala Sônia quando olham suas obras.

A EVOLUÇÃO E O QUE AS ATRAIU PARA ARTE

As meninas sempre gostam de se desafiar para evoluir, sempre fazendo os desenhos mais difíceis e com grau de dificuldade elevado. Suame, não fugiu à regra, está praticando o desenho aerógrafo (técnica semelhante à grafite, mas com realismo). “Também sempre quis ser tatuadora, mas ainda não segui, é uma meta minha. É uma parte da arte que gosto muito”, completa a jovem artista.
Dessa forma, com muitos desafios, todas foram atraídas ainda mais para arte, além do atrativo do boi bumbá.
Muitas querem ser itens (Porta-estandarte, Sinhazinha, Cunhã-Poranga), mas as meninas não, querem concretizar sua arte. Também pode ser o sangue parintinense carregado com o DNA artístico que as chama para o oficio.


OBRAS DE SUAME












OBRAS DE ELIZABETE





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