Esportista parintinense organiza corrida que ajudará centenas de crianças carentes

As inscrições estarão abertas a partir de segunda feira, 02, em vários pontos da cidade, evolvendo várias modalidades, desde do amador até o principal. Além da corrida pedestre terá à ciclista, patinação e a paraolímpica. E ainda homenageará com uma solenidade, vários esportistas tupinambaranas que já se foram e fizeram história no cenário esportivo amazonense.

POR:  JOSÉ BRILHANTE

João Batista com seus patrocinadores atrás

A corrida DNA de Atleta surgiu em 2017, com a força de vontade de João Batista, mais conhecido como “Cavalo”, que passa o ano todo juntando latinhas e garrafas pets para ajudar nos custeios da corrida, que premia os participantes com medalhas personalizas e, ainda faz parte do projeto intitulado Instituto de Ciclismo, Atletismo, Arte e Esporte (ICAAE). Essa é a terceira edição, que ocorrerá dia 21 de dezembro, em um sábado, no Circuito Escorpião, localizado na Praça dos Bois.

As modalidades que abarcarão a programação serão a corrida ciclista (somente masculino, principal), pedestre (feminino, masculino, amador, principal e kids) e a paraolímpica para os cadeirantes. Também abrilhantará o evento uma apresentação de patinadores em homenagem ao esportista Durox, percorrendo dois quilômetros no Circuito Escorpião, onde todas as competições se realizarão.

Onildo Filho e Tubarão, os homens peixes da Amazônia, que desafiavam o impossível nadando grandes distâncias, também serão homenageados na corrida pelos seus grandes feitos no esporte.  

Como a competição envolverá variações de esportes, “Cavalo” relata sobre as regras da corrida: “No ciclismo, como é uma modalidade de auto risco, o atleta tem que estar com capacete, uma bicicleta Bike e com pneus bons, porque iremos verificar, para própria proteção do condutor. Já na pedestre tem que ter no mínimo seu tênis para não machucar o pé, porque o circuito escorpião é asfalto”.

Patrocinadores entregando kits escolares para João

O evento esportivo é destinado a ajudar as crianças da periferia que necessitam de alimentação e material para estudos. Kits escolares serão distribuídos para as crianças da competição, tendo em vista que a corrida possui a categoria da criançada.

Todos os materiais e dinheiro arrecadado, com os patrocinadores e inscrição, já estão destinados aos 40 pequenos atletas, mas o organizador, ainda solicita mais doações para aumentar o número de beneficiários.

Quando perguntado ao que o motiva, o responsável João Batista, o Cavalo, fala sobre usar o esporte para fazer o bem: “Sempre pratiquei o esporte, e acredito que o que me motiva é poder formar mais cidadãos através do esporte”.

Para participar do evento esportivo, masculino ou feminino, os interessados terão a partir de segunda feira, 02, até um dia antes da competição, 20 de dezembro, para se inscreverem.

As inscrições ocorrerão em três lugares: na rua Silva Meireles, no prédio da MultCursos em horário comercial, na esquina da Avenida Amazonas com a Paz de Andrade, próximo ao supermercado Baranda, somente no horário da noite, e no ITAÚNA II, na casa do professor Domingos Miranda.

Em relação a valores de inscrição, as modalidades amadoras, custarão um quilo de alimento não perecível e a principal apenas 20 reais. 

Número para doações (92) 92418059, junto com material solicitado

Seleção Brasileira e Parintinense máster de futsal, dão show em Parintins

O ingresso custou apenas um quilo de alimento não perecível, por pessoa, que será destinado a prováveis ações filantrópicas na cidade, no mês de dezembro.

POR: JOSÉ BRILHANTE

Fotos: José Brilhante e Ricardo Marinho

A programação da noite, as 20h, começou com um jogo preliminar entre Peladeiros e Só Amigos, clubes da cidade, que terminou no empate, em 4 a 4. Os jogos ocorreram, nesta sexta feira, 15, no ginásio Elias Assayag, que recebeu centenas de torcedores para prestigiar os campeões do Brasil e de Parintins, ao som de tambores e muita animação.

Antes do jogo, Neto Caraúbas (ex-capitão da Seleção Brasileira principal), que já veio em Parintins em outra ocasião, fala da satisfação de estar na partida e ajudar o próximo: “É uma honra pra mim está nesse jogo, porque no esporte não se gasta, se investe. E com essa iniciativa, estão todos de parabéns por ajudar as pessoas através do esporte”.  

E representando Parintins, Jorginho, jogador ainda em atividade, discorre sobre  a felicidade de estar jogando com grandes nomes do futsal mundial: “A sensação é a melhor possível. A gente que mora distante sempre procura se espelhar neles, que jogaram o mundial e defenderam a Seleção Brasileira. A felicidade e imensa de poder viver esse momento”.

Na escalação, o Brasil máster veio para o jogo com Davizinho (goleiro), Leandrinho (jogou na Seleção Brasileira principal e atua no Santo André), Neto Caraúbas, Vander Carioca (ex-jogador da Seleção Brasileira principal e do Corinthians), Pula (artilheiro da copa do mundo de futsal e jogou na seleção Russa), Carneirinho, Rony, Lourão, Ito, Joelson, kalebe, Arara, Gil Marinho e Madson. Ressaltando que houve jogadores da cidade que compuseram o elenco brasileiro.

Já Parintins, levou para o jogo, gabrielson (goleiro), Adriano cavalinho, Ralphy, Cebola, Toby, Socoró, Beto pupunha, Jorginho Parintins, Walace (goleiro), Tuchê, Fabrício, Zinho Inomata (técnico) e Zequinha (auxiliar técnico). 

Com a bola rolando, os gols saíram. Vander Carioca abre o placar para o Brasil, com Jorginho empatando em seguida para Parintins. Já no final do primeiro tempo já estava em 4 a 3 para Seleção Brasileira. A segunda etapa inicia, e Jorginho de novo, coloca a bola na rede e empata o jogo em 3 a 3.

Com jogadas envolventes, a partida de 50 minutos termina em 7 a 5 para o selecionado brasileiro.

AUTORES DOS GOLS
Seleção Brasileira		Seleção Parintinense
Neto Caraúbas (3 gols) Vander Carioca (2 gols) Leandrinho (1 gol) Pula (1 gol)	Jorginho (2 gols) Toby (2 gols) Socoró (1 gol)

INÉDITO: em casa Desportivo Tracajá vence Casa Sony pela LDP

O time da casa, utilizando somente jogadores do interior, demostrou que também entende de futsal e jogou o “fino da bola”. O jogo foi valido em rodada do campeonato da Liga Parintinense de Futsal que se admirou da estrutura futebolista que o ginásio da comunidade Santo Antônio do Tracajá oferece.  

POR: JOSÉ BRILHANTE

De vermelho, Desportivo Tracajá e de verde, Casa Sony

Pela primeira vez no interior, neste domingo,10, a partida pela categoria principal da Liga Parintinense de Futsal (LDP), aconteceu no ginásio da comunidade do Tracajá, onde a população “respira” futebol.
A partida que ocorreria em Parintins foi transferida para a comunidade por causa de problemas na embarcação, onde jogadores do Tracajá viajaram e não chegaram para jogo. Assim, após esclarecimentos, foi decidido que a comunidade receberia essa partida, para que a equipe do interior não se prejudicasse.

Em relação a oportunidade de receber esse jogo, o técnico, José Geraldo, da equipe do Desportivo Tracajá fala um pouco: “Pra gente é muito importante, porque traz a liga para o interior, e sabemos que temos poucas oportunidades. E o esporte em si, tira os nossos jovens dos vícios. E trazer a competição é interessante porque vemos o empenho da equipe de organização da competição”. 

Continuando, o presidente do time da casa, Valcir, agradece aos apoiadores: “Quero agradecer as famílias dos atletas que se esforçaram para que isso acontecesse e da escola que sempre incentiva o desporto e, graças a Deus tivemos essa oportunidade de jogar em casa pela primeira vez”. 

A bola rolou as 9h30min, válida pela sexta rodada do campeonato, que abrange equipes em todas as categorias, partindo do Baby Fut até o Master.

Resenha do jogo

Logo no apito inicial, Casa Sony abre o placar, fazendo pensar que seria uma goleada para a equipe de Parintins. Tudo se mostrou ao contrário, quando o Desportivo Tracajá empata com Luciano e desempata em 2 a1 com Jean.

O primeiro tempo prossegue e Gilvan (Casa Sony) aos sete minutos empata a peleja em 2 a 2. Gol de pênalti, assim terminando a primeira etapa de 15 minutos.

Com mais marcação e poder de ataque, no início do segundo tempo, Tracajá aumenta a fatura com o camisa 10, Wender, modificando o tento para 3 x 2. Aos onze minutos, os gols ainda tímidos aparecem e o elenco do tracajá ampliam em mais três gols, seguidos de mais gols da equipe da Casa Sony, deixando o placar em 6 a 4 para o Desportivo Tracajá. 

Com a vitória, o time da casa soma 5 pontos no campeonato e, ainda tem chances de se classificar para o mata-mata. Enquanto, a equipe de Parintins soma 4 pontos e também tem condições de passar para próxima fase.

Railson: “Sou goleiro, marujeiro, artista e meu sonho é andar”

O apoio da família é muito importante para o pequeno guerreiro, inclusive caminhando quilômetros, quase todos os dias, para manter sua rotina. Nunca gostou de ser tratado como coitadinho. “Sou uma pessoa normal, quero que me tratem sem diferenças. Tenho sonhos e vou realizar”.

POR: JOSÉ BRILHANTE

Railson fazendo o que mais gosta

Tudo começou quando tinha seis meses de gravidez, e foi fazer o ultrassom. Lucinei Tavares, uma jovem de apenas 21 anos de idade, em 2008, descobriu que seu filho que viria a receber o nome de Railson, teria uma rara doença chamada Artrogripose (se caracteriza por contrações nos músculos, causando deformações) com 56 casos diagnosticados em todo o Brasil. Mas a jovem mãe, só ficou sabendo das supostas deformações nas mãos de seu filho. Nas pernas só foi descobrir após o nascimento. 

A batalha somente começava para Railson. Com apenas um mês de vida, foi transferido para Manaus, onde teria um tratamento. Na capital, a luta pela sobrevivência foi ainda maior, devido a um gesso colocado em suas pernas, para separa-las. Os membros inferiores, eram juntas uma na outra, sem espaço para abri-las. Usou o imobilizador durante quatro anos e meio, quando desenvolveu uma alergia e foi obrigado a tirá-lo.  

Dentre esses anos de gesso nas pernas do filho, a guerreira Lucinei não desistiu: “Era uma luta para dar banho. Tinha que colocar as pernas imobilizadas para fora. Nos virávamos como podia. Ele sofria muito, quando erravam o molde de gesso, era pior”.

Sua vida mudou quando voltou para Parintins há um ano atrás, no final de 2018. Começou a conhecer os projetos e a participar de muitas atividades. 

Há um apoio imenso por parte da família. Um carinho percebido por meio de gestos e esforços imensuráveis. Seu padrasto Samuel Nascimento e sua mãe Lucinei, fazem de tudo. Caminham quilômetros, quase todos os dias, para manter o filho Railson, e mais dois irmãos com suas atividades, inclusive a escola (Valdemira Bentes), onde faz o quinto ano do Ensino Fundamental.

Desbravam a cidade a pé, sem reclamações e empurrando à cadeira de rodas. “Fico chateado quando vou com meu padrasto e minha mãe por aí e acham que sou coitadinho. Sou capaz de fazer o que eu desejar” fala Railson com um ar de esperança.

“Quero ser um juiz de direito. Mas meu maior sonho é poder andar, para pedalar de bicicleta” diz Railson. 

O encontro com o futsal e a posição de goleiro

A primeira vez foi na praça dos bois, nas quadras de concreto, quando seus pais o levaram. A experiência não foi muito boa, porque acabou machucando as mãos. Era em umas férias quando só tinha 8 anos de idade. Apesar dos machucados, uma centelha de entusiasmo acendeu no pequeno para o futsal.

Após anos, já com 10 anos, voltou de vez para Parintins e conheceu um projeto de extensão da Ufam, dirigido pelo curso de Educação Física da universidade, intitulado Programa de Atividades Motoras para Pessoas com Deficiência (Proamde), que pela demanda também oferece esportes para o público em geral da cidade. 

Descobriu a posição de goleiro ainda em Manaus e se encaixou na posição devido não ter muita velocidade para jogar na “linha”. Não gosta de moleza. 

Exige chutes fortes, e principalmente de não ser tratado com privilégios e nunca ser chamado de coitadinho. “Ele gosta de jogar como as pessoas normais, não que ele não sege. Quando nós morávamos em Manaus, sempre treinava como goleiro. A primeira vez que ele foi para Ufam ficou encantado” relata Samuel, o padrasto. 

Quando se machuca, não fala nada. Fica temeroso que não o levem mais para o projeto, onde pratica o futsal. Mas, nada disso irá acontecer. A família que é constituída pelos pais e mais dois irmão são o alicerce de Railson, e nunca irão tirá-lo da atividade que lhe faz feliz, mesmo que as vezes se machuque um pouco.

Como bom admirador do futebol em geral, é torcedor ferrenho do Corinthians e gosta muito do goleiro da Seleção Brasileira Ederson e, do atacante Francês Mbappé.

Nunca deixa de jogar, mesmo nos dias que não tem projeto. É só chegar as 14hs que fazem uma pequena trave, ele e o padrasto, para praticarem no quintal de sua casa até o entardecer.

Artista e Marujeiro do Caprichoso 

Era uma noite de carnaval onde Lucinei e Railson estavam assistindo as apresentações das escolas de samba de São Paulo pela televisão e, viram um rapaz com deficiência visual nos tambores. Aí pensaram juntos na oportunidade que tinham de participar aqui do Festival Folclórico.

Escolheu ir para o Boi Caprichoso porque é seu boi de coração. A diretoria da agremiação o aceitou e, foi para arena pela primeira vez nesse festival de 2019.

Nessa jornada no Caprichoso, acabou conhecendo David Assayag, Edmundo Oran e o príncipe do boi.  

Começou a desenhar, como autodidata, e quando chegou em Parintins se inscreveu no Liceu de Artes. Seus professores acabaram se surpreendendo com seu talento, mesmo com problemas motores. Como tem dificuldades com as mãos, desenvolveu uma técnica só sua, para manusear o lápis de desenho. Já participou de exposições do liceu de artes. A mais recente foi com um projeto de artes, na exposição Espaço Meu Teu Nosso.

Realização da mãe

Ele aprendeu a escrever com quatro anos. Isso foi uma realização enorme para sua mãe, que pensava que por causa de sua deficiência na mão, não poderia desenvolve a escrita. “Foi uma alegria imensa para mim, ver meu filho escrevendo. Nunca me deu trabalho”.  

Agora com onze anos, aproveita a vida com suas ocupações e descobrindo seus talentos.  E o mais importante, tornando-se feliz, esquecendo as dificuldades com a família unida.