sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Parintins: o pobre não tem mais direito de ser pobre

 

POR: JOSÉ BRILHANTECharge: Junior Fuziel 


Começo com essa frase: os poucos tem muito e os muitos tem quase nada, e ainda pagam mais!

O Brasil junto com a maioria das suas cidades, em suma, são ricos, mas possuem uma população pobre, onde enfrentam má escolaridade, saúde precária, alimentação deficitária e entre outras situações que ainda lhe faz uma nação de terceiro mundo. Tudo isso, resultado de uma horripilante e descontrolada distribuição de renda.

E com uma pandemia mundial, totalizando mais de 124 mil mortos no país, e com 4 milhões de casos confirmados do Covid-19, tudo piorou. Nesses meses que se seguem, a miséria ataca sem dó e sem piedade, o cidadão não fatura e nem se alimenta direito. Ou sai e se arrisca para ganhar o pão de cada dia ou morre de fome. É uma simples “matemática”, que funciona, quando não se tem um vírus a “solta”.

O auxílio emergencial do Governo Federal, veio para amenizar o sofrimento de quase todos os brasileiros. Porém, uma inflação “invisível” começou.

A grande soma em dinheiro circulando, acabou por alargar os bolsos dos que detém dos bens e serviços, não poupando nenhuma cidade, sendo pequena ou grande metrópole, sem nenhuma fiscalização por parte dos órgão competentes.

E em Parintins, não está sendo diferente. Desde de material de construção a alimentos, como carne em geral, peixes, feijão e verduras, estão tendo aumentos absurdos. Tudo está sendo percebido, com o enfraquecimento do poder de compra do dinheiro.

Nada é explicado para nós, o povão (classe baixa e média baixa), que justifique o acréscimo dos preços. Só ficamos sabendo dos reajustes ou de qualquer insumos extras que possam implicar nos preços, no momento da compra. 

Nunca se sabe onde está a incoerência, se é no setor Primário (extração de matérias primas), Secundário (indústria), Terciário (venda) ou a clássica falta de oferta e muita demanda. Quem sofre somos nós os consumidores. A desculpa é a alta do Dólar.

Sempre é o gringo do primeiro mundo, o colonizador que nos subjuga. Tudo isso empurram em nossas gargantas a seco, sugando cada centavo de nossos bolsos, porque somos os operários, a engrenagem do sistema, a força bruta que tudo faz girar e que não se rebela, o pagador das dívidas dos endinheirados que dá para contar nos dedos e, que nunca se preocupam com boletos.

 O imposto e sempre para os mais “miseráveis”. Trabalhamos doze meses, e cinco é somente para pagar os tributos federais, estaduais e municipais. Mas, apesar de tudo isso, nos davam o direito de sobreviver como pobres, tínhamos o mínimo ao alcance, para viver.

Comíamos o que cabia em nossos bolsos: bucho, salsicha, arroz, embutidos, ovos ou feijão. A comida da “ralé”, do braço forte que nunca se rebela, escravizado mentalmente, apesar de gozar da "liberdade" em todos os sentidos.

Mas, o direito de subsistir como pobre está sendo tirado dos parintinenses, quiçá dos brasileiros, (não que isso era uma forma digna de viver), com os preços exorbitantes na “praça”.

O custo da Cesta Básica em média, está R$370, no Amazonas, segundo o Conselho Regional de Economia do estado, porém isso não condiz com a realidade de Parintins.

Na cidade, com menos de quinhentos reais, qualquer família de 3 pessoas não compram o básico para se alimentarem ao mês e, estou falando somente do fundamental.

E pra completar, o salário obteve o reajuste anual, e o valor é vergonhoso, para não dizer humilhante. De 22 reais (1045 para 1067)

Uma mão grande arromba nossos bolsos e engordam os políticos e, a quem quer que esteja envolvido na produção e venda, praticando preço desonestos!

Tem o velho ditado que diz, que pobre só come carne quando morde a língua. Nesses tempos, essa frase nunca faz tanto sentido como agora.  Somente pagamos. O picadinho que custava R$15 agora é vinte. O Bucho (dobradinha) de cada dia, um produto que há 20 anos atrás era jogado aos urubus, sofreu uma grande alta, de oito reais para doze.

O “santo” Charque, que surgiu da classe trabalhadora do Nordeste  devido à falta de opção para preservar a carne da podridão, passou para classe dos nobres, com o preço de R$38 o quilo.

A carne de primeira, só mordendo a língua como diz o ditado. Tudo está aos “olhos da cara”, custando um “rim” de cada trabalhador necessitado. A solução é se encher de chavões para descrever o que estamos passando.

 

 

 


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