POR: JOSÉ BRILHANTECharge: Junior Fuziel
Começo
com essa frase: os poucos tem muito e os muitos tem quase
nada, e ainda pagam mais!
O Brasil junto com a maioria das suas cidades,
em suma, são ricos, mas possuem uma população pobre, onde enfrentam má
escolaridade, saúde precária, alimentação deficitária e entre outras situações
que ainda lhe faz uma nação de terceiro mundo. Tudo isso, resultado de uma
horripilante e descontrolada distribuição de renda.
E com
uma pandemia mundial, totalizando mais de 124 mil mortos no país, e com 4
milhões de casos confirmados do Covid-19, tudo piorou. Nesses meses que se
seguem, a miséria ataca sem dó e sem piedade, o cidadão não fatura e nem se
alimenta direito. Ou sai e se arrisca para ganhar o pão de cada dia ou morre de
fome. É uma simples “matemática”, que funciona, quando não se tem um vírus a
“solta”.
O auxílio
emergencial do Governo Federal, veio para amenizar o sofrimento de quase todos
os brasileiros. Porém, uma inflação “invisível” começou.
A grande
soma em dinheiro circulando, acabou por alargar os bolsos dos que detém dos
bens e serviços, não poupando nenhuma cidade, sendo pequena ou grande metrópole,
sem nenhuma fiscalização por parte dos órgão competentes.
E em
Parintins, não está sendo diferente. Desde de material de construção a
alimentos, como carne em geral, peixes, feijão e verduras, estão tendo aumentos
absurdos. Tudo está sendo percebido, com o enfraquecimento do poder de compra
do dinheiro.
Nada é explicado para nós, o povão (classe baixa e média baixa), que justifique o acréscimo dos preços. Só ficamos sabendo dos reajustes ou de qualquer insumos extras que possam implicar nos preços, no momento da compra.
Nunca
se sabe onde está a incoerência, se é no setor Primário (extração de matérias
primas), Secundário (indústria), Terciário (venda) ou a clássica falta de
oferta e muita demanda. Quem sofre somos nós os consumidores. A desculpa é a
alta do Dólar.
Sempre
é o gringo do primeiro mundo, o colonizador que nos subjuga. Tudo isso
empurram em nossas gargantas a seco, sugando cada centavo de nossos bolsos,
porque somos os operários, a engrenagem do sistema, a força bruta que tudo faz
girar e que não se rebela, o pagador das dívidas dos endinheirados que dá
para contar nos dedos e, que nunca se preocupam com boletos.
O imposto e sempre para os mais “miseráveis”.
Trabalhamos doze meses, e cinco é somente para pagar os tributos federais,
estaduais e municipais. Mas, apesar de tudo isso, nos davam o direito de
sobreviver como pobres, tínhamos o mínimo ao alcance, para viver.
Comíamos
o que cabia em nossos bolsos: bucho, salsicha, arroz, embutidos, ovos ou feijão.
A comida da “ralé”, do braço forte que nunca se rebela, escravizado
mentalmente, apesar de gozar da "liberdade" em todos os sentidos.
Mas,
o direito de subsistir como pobre está sendo tirado dos parintinenses, quiçá dos brasileiros, (não que isso era uma forma digna de viver), com os preços exorbitantes
na “praça”.
O custo
da Cesta Básica em média, está R$370, no Amazonas, segundo o Conselho Regional
de Economia do estado, porém isso não condiz com a realidade de Parintins.
Na
cidade, com menos de quinhentos reais, qualquer família de 3 pessoas não compram
o básico para se alimentarem ao mês e, estou falando somente do fundamental.
E
pra completar, o salário obteve o reajuste anual, e o valor é vergonhoso, para
não dizer humilhante. De 22 reais (1045 para 1067)
Uma mão
grande arromba nossos bolsos e engordam os políticos e, a quem quer que esteja
envolvido na produção e venda, praticando preço desonestos!
Tem
o velho ditado que diz, que pobre só come
carne quando morde a língua. Nesses tempos, essa frase nunca faz tanto sentido
como agora. Somente pagamos. O picadinho
que custava R$15 agora é vinte. O Bucho (dobradinha) de cada dia, um produto
que há 20 anos atrás era jogado aos urubus, sofreu uma grande alta, de oito
reais para doze.
O “santo”
Charque, que surgiu da classe trabalhadora do Nordeste devido à falta de opção para preservar a carne
da podridão, passou para classe dos nobres, com o preço de R$38 o quilo.
A
carne de primeira, só mordendo a língua como diz o ditado. Tudo está aos “olhos
da cara”, custando um “rim” de cada trabalhador necessitado. A solução é se encher de chavões
para descrever o que estamos passando.
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