terça-feira, 10 de setembro de 2019

Ensaio Fotográfico: as entranhas do jornalismo retrô

Texto e imagens: José Brilhante

Era 1960, naquela pequena sala, onde o lúgubre e o crepúsculo prevalecia. Os dedos deslizavam na folha branca, como uma pintura em pincel que dedica tempo e talento. Perto está o gravador Philips, sempre gigante, onde declarações, até de amores perdidos e os que se foram, são guardados! 




O tilintar da máquina de escrever Smith Corona, eram os  sons dos fatos sendo materializados. Era uma alquimia das letras, transformando-se em arte, sendo sempre mágica. 




Para quem estava no comando, beirava a um Sherlock Holmes, derrubando presidentes, mostrando guerras e denunciando os maus feitores. 




A solidão e silêncio ainda são os principais companheiros. O cigarro e aquela dose de uísque eram apenas o combustível para as grandes jornadas intermináveis. 





É tudo culpa da notícia que não cansa, com suas aparições vorazes, que mesmo “casando-as” elas escapam pelas mãos. 




Em momentos periodista, outros, andarilho, com seu suspensório e chapéu Panamá. Aquela característica que ao longe se avista, que é quem está em busca da informação.




A caminhada é sempre infinita. Os rumores, estão sempre à espreita, ansiosos por serem investigados. Hoje eles aparecem aos montes, como o anúncio do novo filme no Cine na cidade. Amanhã são escassos, retrocedendo ao tempo da pacata Parintins, onde as luzes se apagavam as nove horas da noite. Oriental, ou a chegada da primeira televisão.




O mercado municipal sempre foi a grande atração, onde as filas de outrora, as cinco da manhã, ultrapassando a antiga “pernambucana”, encontravam-se cheias de secretarias do lar em busca dos alimentos. Uma utopia, visto de perto, aquela pequena cidade funcionando dia a dia.



Nas casas dos “barões”, as silhuetas ainda surgem, ao final da tarde nas janelas, enamorando-se, lendo folhetins ou avistando os parintinenses de chapéus de palha e bicicleta Caloi nas dantes desérticas ruas. É uma volta ao tempo que perpassa aos olhos de quem somente passa!










 
 

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